terça-feira, 20 de novembro de 2007

Consciência Negra

Como abordar este tem com crianças de 1ª série?

Que tal pesquisar em:

http://www.comciencia.br/reportagens/negros/03.shtml
http://www.unificado.com.br/calendario/11/con_negra.htm http://www.plenarinho.gov.br/noticias/agencia_plenarinho/hoje-e-o-dia-da- consciencia-negra

E também ouvir histórias, imaginar, sonhar...tudo é possível quando se trata de literatura...

A literatura infantil é apresentada como elemento essencial na "Hora do Conto" . Um livro, previamente escolhido de acordo com os interesses de leitura das crianças em relação ao sexo, à faixa etária, é contado. As técnicas para esta atividade, podem ser variadas: história contada, com gravuras, com fantoches ou bonecos, dramatizada, etc. , o objetivo é único:despertar o prazer pela leitura, para então sedimentar o gosto, e formar o leitor.

Ouvir histórias é o início da aprendizagem para ser um leitor. É ainda "suscitar o imaginário, é ter a curiosidade respondida, é encontrar outras idéias para solucionar questões. É a cada vez ir se identificando com outra personagem (...) e assim, esclarecer melhor as próprias dificuldades ou encontrar um caminho para a resolução delas..." (ABRAMOVICH,1989: 17) Indo além, diria que ouvir histórias é viver, viver emoções diferentes como alegria, tristeza, medo, insegurança, tranqüilidade. É ouvir, sentir e enxergar com os olhos do imaginário.

É através de uma história que as crianças podem descobrir outros lugares, outros tempos, ficar sabendo de Geografia, Filosofia, Política. E o que é mais interessante, tudo isso aprendido com prazer. Mas, para que isso aconteça dessa maneira, é necessário saber contar a história, além de saber escolhê-la.

O livro escolhido para trabalhar com os alunos foi:


Na obra Menina Bonita do Laço de Fita, Ana Maria narra a história de uma menina negra e um coelhinho branco. O coelho, apaixonado pela cor da menina, tenta descobrir como ficar negro também.

A autora aborda a questão racial com graça e sutileza, levando o leitor a sucumbir diante da beleza da Menina. Transporta-o às princesas africanas. E, ao mesmo tempo, a torcer para que o coelho encontre resposta e solução para realizar o seu desejo.

O coelho é levado perceber pela mãe da Menina que cada um tem a cor herdada de seus antepassados.

Logo, ele entendeu que a solução seria casar-se com uma coelha "escura como a noite". É o que ele faz. Logo no início da narrativa encontra-se a descrição da Menina Bonita do Laço de Fita :

Era uma vez uma menina linda, linda.
Os olhos dela pareciam duas azeitonas
pretas, daqueles bem brilhantes.
Os cabelos eram enroladinhos e bem
negros, feito fiapos da noite. A pele era
escura e lustrosa, que nem o pêlo da
pantera negra quando pula na chuva.

Após a contação da história propus aos meus alunos uma interpretação oral do conto, refletimos sobre questões como preconceito e discriminação, mas antes perguntei se sabiam o significado destas palavras, eles disseram que não sabiam. Os informei que hoje era o dia da Consciência Negra e fiz uma explanação sobre este tema, eles pediram a palavra e contribuíram muito durante esta roda de conversas. Em seguida os alunos dramatizaram a história. Improvisamos um cenário com o que tínhamos na sala, o lixo virou a privada do coelho e eles se divertiram muito por isso .Repetimos a dramatização da história algumas vezes para que todos pudessem encenar, nem que fossem como filhotes do casal de coelhos o importante era participar. Para finalizar pedi que ilustrassem a parte que mais gostaram da história e formulassem uma frase a respeito. Confeccionamos um painel com os trabalhos e expomos na sala de aula.

Vou relatar um acontecimento relacionado a este tema ,em meados de julho uma aluna negra sofreu discriminação por parte de uma colega . A mãe da menina me disse que fazia alguns dias que a filha chorava para vir à escola, ela estranhou o comportamento dela e numa conversa a menina contou que uma colega estava chamando-a de negrinha. Fiquei muito chateada e decidi abordar essa questão. Na época trabalhei com a coleção Mig e Meg.

O preconceito existe é cultural e passa de geração para geração, por isso temos que trabalhar com este tema para mudar a concepção de algumas pessoas. Realmente temos características físicas diferentes , mas isso não nos torna melhor ou pior que os outros. Nosso caráter, nossas atitudes é que revelam o nosso valor.


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