segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Educação para a cidadania


Através dos estudos realizados sobre o texto “Alfabetização e a pedagogia do empowerment político”, Henry Giroux foram apresentadas concepções extremamente importantes para a compreensão dos fundamentos político-pedagógicos da Educação de Jovens e Adultos. O autor destaca a necessidade de politização da alfabetização como prática que se contrapõe à alfabetização usada como instrumento de opressão acionado pela classe dominante. Nesse sentido, o autor se aproxima de uma compreensão de alfabetização que está articulada ao empowerment (empoderamento) político, porque é ideologicamente concebida como construção histórica, política e social cuja finalidade está articulada à emancipação social e cultural dos sujeitos e dos grupos.

A partir dos estudos entendi que olhar a educação contemporânea como uma forma de política cultural significa perceber as dimensões social, cultural , política e econômica da vida cotidiana dos envolvidos no processo de escolarização. Neste cenário se estabelecem relações de poder e de conhecimento. O professor muitas vezes se choca e escandaliza com as situações que presencia em sala de aula, ansioso em proporcionar a compreensão e ampliar a visão dos alunos aplica uma correção equivocada, política e ideológica de sua posição ,uma vez que apresenta os seus valores e crenças construídos ao longo de sua vida . Desta forma apresenta um discurso autoritário que revolta, silencia e marginaliza os alunos .

O tipo de pedagogia crítica proposto pelo autor nos leva a dar voz e vez aos sujeitos para manifestarem seus pensamentos, apresentarem sua narrativa pessoal para a partir daí então explorar e conhecer outros significados e visões de mundo. O professor deve estabelecer um diálogo crítico proporcionar ao aluno o contato com linguagens e discursos diversos que ampliem os horizontes e levem os alunos a confrontar suas idéias, suas certezas e dúvidas a fim de desenvolver uma sintonia, uma confiança compartilhada no compromisso com a melhoria da qualidade de vida humana.

Em relação a minha prática educativa a aprendizagem que construí foi a conscientização de que precisamos nos desacomodar deixar nossas certezas de lado e dar espaço a um olhar de amor e interesse às questões que às vezes nos parecem ter respostas tão óbvias, mas que para nossos alunos tem um significado diferente e que nem por isso deve ser desprestigiado. Precisamos respeitar as experiências de vida de cada sujeito demonstrando respeito à cultura popular, como afirma Freire, os educadores críticos são também educandos, uma vez que devem aprender a como renovar uma forma de autoconhecimento mediante uma compreensão da comunidade e da cultura que constitui ativamente as vidas de seus alunos. Enfim a valorização da pluralidade cultural contribui para uma educação emancipadora de comprometimento individual e social.

Um comentário:

Luciane Machado disse...

Sheila, neste texto Paulo Freire fala em uma alfabetização para leitura crítica do mundo e gramsci fala da hegemonia cultural, ou seja, é importante que o professor oportunize o diálogo das várias culturas, valorizando as experiências dos alunos como voc~e apresenta nas tuas reflexões , com isso lutando para mudar a hegemonia cultural ou social.é isso aí professora Sheila.BJS.