domingo, 27 de setembro de 2009

Politização da Alfabetização

Estudos realizados na Unidade 2- parte1, do texto “Alfabetização e a pedagogia do empowerment político”, Henry Giroux, que destaca a necessidade de politização da alfabetização como prática que se contrapõe à alfabetização usada como instrumento de opressão acionado pela classe dominante. Nesse sentido, o autor se aproxima de uma compreensão de alfabetização que está articulada ao empowerment (empoderamento) político, porque é ideologicamente concebida como construção histórica, política e social cuja finalidade está articulada à emancipação social e cultural dos sujeitos e dos grupos. Neste texto também são abordados conceitos de alfabetização funcional, analfabetismo, alfabetização crítica e currículo.

O texto veio de encontro a minhas inquietações profissionais, leciono numa escola de periferia no município de São Leopoldo e me pergunto como contribuir para a formação de cidadãos críticos, criativos e capazes de transformar a realidade e superar as adversidades que os cercam?

A partir dos estudos ficou ainda mais claro que a educação contemporânea precisa ser vista como uma forma de política cultural significa perceber as dimensões social, cultural , política e econômica da vida cotidiana dos envolvidos no processo de escolarização. Além disso, neste cenário se estabelecem relações de poder e de conhecimento.Um exemplo que não devemos seguir é o do professor que muitas vezes se choca e escandaliza com as situações que presencia em sala de aula,e que ansioso em proporcionar a compreensão e ampliar a visão dos alunos aplica uma correção equivocada, política e ideológica de sua posição, uma vez que apresenta os seus valores e crenças construídos ao longo de sua vida. Desta forma apresenta um discurso autoritário que revolta, silencia e marginaliza os alunos.

Já o tipo de pedagogia crítica proposto pelo autor nos leva a dar voz e vez aos sujeitos para manifestarem seus pensamentos, apresentarem sua narrativa pessoal para a partir daí então explorar e conhecer outros significados e visões de mundo. O professor deve estabelecer um diálogo crítico proporcionar ao aluno o contato com linguagens e discursos diversos que ampliem os horizontes e levem os alunos a confrontar suas idéias, suas certezas e dúvidas a fim de desenvolver uma sintonia, uma confiança compartilhada no compromisso com a melhoria da qualidade de vida humana.

Portanto, precisamos nos desacomodar deixar nossas certezas de lado e dar espaço a um olhar de amor e interesse às questões que às vezes nos parecem ter respostas tão óbvias, mas que para nossos alunos tem um significado diferente e que nem por isso deve ser desprestigiado. Precisamos respeitar as experiências de vida de cada sujeito demonstrando respeito à cultura popular, como afirma Freire, os educadores críticos são também educandos, uma vez que devem aprender a como renovar uma forma de autoconhecimento mediante uma compreensão da comunidade e da cultura que constitui ativamente as vidas de seus alunos. Enfim a valorização da pluralidade cultural contribui para uma educação emancipadora de comprometimento individual e social.

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