segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Aprendizagens do Semestre 2009/1

No semestre 2009/1 assistimos o filme “Entre os muros da escola”, no qual vimos e em muitos colégios mundo afora é um grande desinteresse por parte de alguns alunos em relação aos conteúdos e disciplinas . É necessário repensar o currículo e os métodos de ensino . É preciso aceitar que as crianças chegam à escola com sua própria bagagem cultural não podemos ignorar seus conhecimentos prévios e experiências de vida. A realização de propostas que abordem a diversidade étnica e cultural da comunidade escolar , promovem a reflexão e a constatação de que somos especiais, cada um com suas peculiaridades e que podemos nos divertir e aprender muita coisa juntos. De acordo com Brasil “O grande desafio da escola é conhecer e valorizar a trajetória particular dos grupos que compõem a sociedade brasileira [. . .] e respeitar as diferentes formas de expressão cultural” (BRASIL, 1996) .
Além disso, a escola deve estimular a criticidade, a criatividade a socialização do estudante em formação para que ele se desenvolva e exerça sua cidadania sendo capaz de influenciar e contribuir para que ocorram as transformações necessárias na sociedade. Para Piaget(1989) o desenvolvimento é “uma equilibração progressiva, uma passagem contínua de um estado de menor equilíbrio para um estado de equilíbrio superior.Nesse sentido os questionamentos e desafios propostos pelo professor no decorrer das atividades levam o aluno a refletir sobre os conceitos prévios , de forma ,significativa e motivadora. No material de Epistemologia Genética de Tania B. I. Marques vimos também que as estruturas já construídas garantem a continuidade, porém, reformuladas graças às novas assimilações. Os novos elementos a serem assimilados constituem-se na novidade que obriga o sujeito a realizar acomodações das estruturas já existentes. Essas novidades, contudo, só podem ser assimiladas na medida em que houver estruturas de assimilação, o que se constitui no elemento de continuidade.
O filme também resulta em uma observação sobre a perda do controle sobre as condutas de controle, com imagens nas quais os professores reclamam da perda de suas autoridades ou reagem a essa perda com autoritarismo. É nessa organização de embate de forças internas da classe e dos alunos com a instituição escolar que poderemos localizar a procura da transformação do caos em cosmos. Nenhum cosmos com leis e lógicas sólidas é possível em Entre os Muros da Escola. Para o público brasileiro, a imagem de alunos que questionam a autoridade do professor e até mesmo são agressivos possibilita outra discussão. Trata-se de um retrato que talvez não seja diferente do que vemos em algumas escolas brasileiras, em que é comum o relato de desrespeito ao mestre.
Em relação aos princípios morais , estamos colhendo os frutos de uma geração que não soube educar seus filhos , não soube dizer não na hora certa ou não tinha moral para fazer isso. Estamos vivendo um tempo em que os próprios adultos continuam com um comportamento egocêntrico. Geram filhos, mas não se preocupam em educá-los com amor, justiça e verdade. Princípios que deveriam nortear a educação de todos e que deveriam ser aprendidos na família para terem continuidade na escola. Além da família, outros fatores também contribuem para o aumento da violência e agressividade, tais como, a droga, a criminalidade, a prostituição e até mesmo os programas e reportagens que são vinculados na mídia. Certamente, esta discussão é muito ampla, pois o Brasil é um território multicultural.
Sabemos que é redundante falar que o problema está na família. No entanto,a família é a célula mestre da sociedade, por isso crescer num lar bem estruturado é fundamental para que a criança seja amada e apresente um desenvolvimento harmonioso de suas habilidades e competências, e também no processo de socialização.Além disso, demonstrar e aplicar em nossa prática pedagógica princípios éticos e morais para então levar os alunos a construírem essa aprendizagem nas relações professor/aluno e aluno/aluno, pois Piaget (1987) concluiu em suas pesquisas que o espírito evolui do fenomenismo, que se situa a meio caminho entre o corpo e o meio externo, até à experimentação ativa, que penetra no interior das coisas (interacionismo), descartando a concepção empirista e inatista como explicações da construção do conhecimento nas pessoas. A escola tem assumido quase que exclusivamente a responsabilidade na construção desta aprendizagem, por isso é fundamental nos capacitarmos para realização desta tarefa.
Além disso, devemos propiciar momentos de encontro, atualização e, conseqüentemente, construção/produção coletiva do conhecimento, a favor de uma Educação para Todos, efetivamente inclusiva, a partir do olhar sobre a nossa diversidade cultural. De acordo com estudos realizados, na Interdisciplina Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais a Educação Infantil é a fase ideal para iniciar a inclusão. Embora não exista a obrigatoriedade por lei da universalização dessa etapa, o Ministério da Educação trabalha com a diretriz de ampliar o acesso a ela para toda a população. A base dessa decisão é a Constituição de 1988, que garante o direito à escola. A idéia reforçada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, e pela Lei de Diretrizes e Bases a educação Nacional, de 1996. A Declaração de Salamanca, de 1994, relata a eficácia da inclusão em escolas comuns. Estudar na rede regular é, portanto, um direito. As escolas preferencialmente no ensino regular deverão providenciar uma série de recursos e técnicas adequadas a cada tipo de comprometimento para o desempenho das atividades escolares.Atendimento especializado faz uso da tecnologia assistiva direcionada a vida escolar do aluno. A inclusão é a oportunidade para que de fato a criança com deficiência física não esteja a parte realizando atividade condicionadas e sem sentido. A escola por sua vez deve exercer seu papel transformador ,enfrentar os novos desafios e preparar seus alunos para serem cidadãos socialmente responsáveis ,os princípios básicos da civilidade estão em respeitar e garantir direitos a todos os cidadãos .
Portanto, a escola plural é a escola do futuro é essa que estamos construindo no presente que aceita e respeita a diversidade. Nossa concepção de ensino e aprendizagem deve ser mudada da mesma forma que deve ser revisado o modelo de educação excludente. O professor deve proporcionar o melhor de sua prática de ensino para que a escola seja um ambiente que desafie a todos.

Referências

BAPTISTA, Claudio. Texto: Inclusão e seus sentidos: entre edifícios e tendas.Claudio Baptista In: BAPTISTA, Claudio ;Inclusão e escolarização: múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Mediação, 2006.
BRASIL. Lei Nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. (com redação atualizada) –item relativo à educação Especial.
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares nacionais. Brasília, 1996.
BRASIL. Constituição Federal de 1988 - item relativo à Educação Especial.
DVD sobre Atendimento Educacional Especializado.
MARQUES, Tânia Beatriz Iwaszko. Epistemologia Genética.Texto digitado.
PIAGET, Jean. Introdução psicológica à educação internacional. In: PARRAT, S.; TRYPHON,A. (org). Jean piaget. Sobre a Pedagogia: textos inéditos. São Paulo: Casa do Psicológico, 1998.
------------. O desenvolvimento mental da criança.In:Seis estudos de psicologia.Rio de Janeiro:Florense ,1986.
-----------. O juízo moral na criança. São Paulo: Summus, 1994.
Picetti, Jaqueline Santos. Significações de Violência na Escola: equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança? (Texto digitado)

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